18.10.06

 
SER COMUM
(versão popularucha também adaptável para letra de fado)

O que o tempo nos faz?
O que o tempo nos traz?
Nem eu próprio o saberei e
Já bastante o atravessei.
Mas presumo que pressinto
E pressuponho que sinto,
Que em todo este vaivém
Tenhamos a alma por vezes além
E nunca aqui no seu lugar,
Bem perto, onde a alma deve estar.
Não partindo nem ficando,
Apenas vamos arrastando
A condição do quotidiano e
Enredos em cada novo ano.
E porque a virtude não se exprime
Acumulando-se para ser sublime,
Somos anjos cativos sem asas
Somos prisioneiros em casas,
Com impossíveis trajectórias
Até nos restarem só memórias.
Mas é muito pouco ou nada
Tudo aquilo que nos fada,
Que o destino é sempre alheio
Mais o acaso de permeio,
Deveras muito mais risco
Do que a certeza do petisco.
E embora amar nos compita
Fica-nos somente a vida aflita
Com a certeza que tudo passa
Por muito que fique e se faça.





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