31.1.09

 

Um Lusitano com discernimento

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26.1.09

 
Mestre Bernardino, dono da Lagosteira nas Açoteias, contou-me uma piada imperdível de origem na sua ascendência paternal. Um apanhador (esse o termo) de caranguejos andava por praias algarvias há quarenta anos atrás. Um banhista de ocasião cruzou-se com ele. O apanhador tinha já um balde cheio de caranguejos. O banhista passando ao ver os caranguejos vivos no balde comentou: "Então mestre, os caranguejos que apanhou estão à solta num balde, hão-de começar a saltar fugindo do mesmo." O apanhador simplesmente respondeu: "Nã se preocupe mê amigo, são caranguejos portugueses: quando um deles teimar em subir os outros puxam-no para baixo." Amén ó Lusitânia.

22.1.09

 
PEGOS CLAROS 1995
moderado com um MONTECRISTO bem aceso


Nada me pode impedir o conforto desta sala
mesmo sem ti, agora que te deitas longe.
É bem certo, o Mundo poderia acabar
mas eu ficaria sempre aqui. Mesmo.
Acredito que os meus filhos estejam bem
malgrado não estarem nesta sala.
A família, bem vês, não me sai da cabeça.
E a sala sempre a casular-me.
Creio que eu e esta sala já tenhamos
uma relação de sedução mútua e fatal.
Ela vazia quando não estou e
eu perdido quando não me encontro nela.
Sem visitas anunciadas
sem assunto proeminente
sem futuro previsível,
eu e a minha sala.
Intemporais. Inúteis. Perversos. Fiéis.
A sala ameaçou suicidar-se se eu a falhar várias noites.
Eu compreensivo e solidário, fico por cá.
Nada disto que digo tem a eventual erecção que te atraia
mas também nunca mais te quis nesta sala.
E mesmo que te quisesse, tu nunca estarias, pelo menos na sala.
A sala detesta-te. Compreendo-a. Tu és mais de quartos.
Minguantes da última vez.
Mas a última vez é sempre a imagem que fica.
Meu Deus, como fodemos bem. E foi na sala.
Mas ela não te perdoa.
Eu tentei, tentei, tentei e esqueci tudo.
Agora que me esqueci
já nem sei o que tinha a perdoar.
Deus, é claro, nunca teria de ser para aqui invocado nesse preciso instante.
Estamos todos perdoados portanto.
Exceptuando a sala que nunca mais te quer ver por cá.

13.1.09

 

INTERMEZZO para reflexão à hora de almoço

Imagens de "eightycargo100"
Versão de Manfred Mann's Earth Band
de

Father of Night

Father of night, Father of day,
Father, who taketh the darkness away,
Father, who teacheth the bird to fly,
Builder of rainbows up in the sky,
Father of loneliness and pain,
Father of love and Father of rain.

Father of day, Father of night,
Father of black, Father of white,
Father, who build the mountain so high,
Who shapeth the cloud up in the sky,
Father of time, Father of dreams,
Father, who turneth the rivers and streams.

Father of grain, Father of wheat,
Father of cold and Father of heat,
Father of air and Father of trees,
Who dwells in our hearts and our memories,
Father of minutes, Father of days,
Father of whom we most solemnly praise.

Bob Dylan
1970


7.1.09

 

Gaza facts - Palestinian suffering

... do outro lado da trincheira!


 
Sabem porque a "Guerra dos seis dias" (1967) demorou tão pouco tempo? Porque o material de guerra judeu era alugado. Esperemos que desta vez o leasing expire depressa.

4.1.09

 

George Carlin - Saving the Planet

"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos"
mas esquecemo-nos da tremenda urgência de deixarmos "filhos melhores para o nosso planeta"


2.1.09

 
Absolvições II
Detesto o povo em movimento, no seu movimento perpétuo de foder devagarinho, mesquinho e quotidiano, porque mais não sabe. Depois de muita reflexão e alguns anos de vida, foi só isso que me ficou. Sózinho e perfeitamente convencido. E quem é o porta-voz do povo que me contradiga? Detesto afirmações minimais de sobrevivência. O gato que me aparece no restaurante já me aborrece. A minha estética não suporta fracassados nem fedorentos de sucesso. Ambos constantes da mesma equação. Necessário é saber sempre. Ter a certeza depois disso. Limpidez no sentir. Argúcia no descobrir. Tesão de facto. Facto do ser tesão. Inovação dentro do penico que nos dão. Rasgar por vezes de alma para que a consciência vá mais longe. Irromper de um estado de dor para a anestesia da liberdade. Estava há muito tempo a acumular dúvidas. Já não existem. Talvez por isso respeite tanto os ignorantes determinados, com sucesso muito embora ilegal, dos meus pretensos inimigos. Porque brutais, porque decididos, porque irreverentes, porque prontos a pagar a factura do que são. Soubessem os normais cidadãos a importância do preço da existência que cada um tem a pagar. Tudo tem de ter obediência a princípios fundamentais para se poder ter liberdade de acção.

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