16.2.07

 
Em vez de um cabriolet

O mundo lá fora continua. Também nunca esperei que parasse. É flagrante. Digo mesmo mais, retoricamente, sem qualquer necessidade de o afirmar, é inevitável que tal aconteça. Sei de antemão que já fiz a minha função principal. Posso, sem prejuízo para a humanidade, desaparecer de seguida. Já fui pai diversas vezes, já plantei árvores e arbustos, já fiz coisas que ficarão, mal ou bem, registadas de algum modo, para mais tarde recordar.Assim, pode-se deixar de existir em paz. Bem que poderia volatilizar-me para sempre. Acredito no destino mas nunca soube se ele acreditou no que projectei. É igual. Irónica, em projecto real posteriormente convertida, é a questão do porvir. Pode, no entanto, nem vir a acontecer. Mau grado se assim for. Para os outros vindouros, não assim para mim. Se há um tempo que nos pertence, teve-me por completo, sendo um mestre e por ele passei, aprendiz desatento, como um cometa embriagado, desconhecendo a rota mas mantendo o trajecto. Agora é a vez dos cabelos ao vento por caminhos mais terrenos...





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