27.3.07

 
In Arco-Iris V: Caderno de Ideias Literárias de Outubro de 1978, releio Américo Radar, que segundo constou foi para horizontes palestinianos sem qualquer bilhete de volta.

Não há virtude mais doce do que a perda

Não há virtude mais doce do que a perda
o mergulho final no eterno oceano
a flutuação do corpo na memória
o inexaurível desespero.

Conheço o círculo por dentro e por fora
mas ignoro a saída etc., etc.
(Acabo de encontrar por acaso o meu passado
numa rua da baixa e a boca ficou-me amarga
mas talvez tenha sido da cerveja)

Quanto tempo leva a dizer o indizível?


1, 2, 3

1. É sempre o mesmo
é sempre uma outra coisa
2. Por agora existo mais logo tal-
vez pense
3. É o tempo que tem pó.





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