23.3.07

 
POEMA SEMPRE EM CONSTRUÇÃO

Ainda agora não sabemos o que queremos
e meu amor já vamos sabendo algumas coisas
e nada adianta a ignorância mas tudo a pode aprouver
que o mundo tem disto, ou nós queremos que o tenha,
mas curioso é o facto que não haja amor por vezes, mas pense sempre em ti
porque é um facto que deverias existir, não por mim,
mas por ti mesma.
A razão de tudo é sempre alheia e transcendente e existe
se assim o quisermos admitir.
Este é um discurso monologado e intransmissível
podendo ser sentido por quantos o queiram abarcar.
Não acredito em palavras grandes porque as palavras são
feitas do que lhe quisermos dar. E damos tão pouco.
Vistas as coisas do lado de dentro do ver, tudo é alheio ou
pouco mais, podemos dizer sem sermos cúmplices
no que admitimos analisar ou combater.
É vago o olhar e o sentimento e
só isso afinal nos resta.
Assistir até seria um bom verbo se não tivéssemos
os abutres às nossas résteas da verdade, que por vezes até ignorámos.
Voltamos sempre. Até ao dia em que vamos para sempre.
O poder das coisas é uma farsa engendrada por alguém.
Se tudo é fugaz que a liberdade se levante sempre.
Dum sorriso nasce tudo. Do esquecimento nasce o resto que nos falta.
Da ironia social pode crescer a individualidade sem
préstimo previsto ou irromper a evidência da
humanidade imprevista...





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