9.3.07

 
PONTO E VÍRGULA

Porque não consigo abandonar a humanidade, apesar de todos os ácidos estragados que tomam constantemente, e ó raios me partam que bem falta me fazia, abandonar-vos por instantes, suicidar-me por umas semanas, todos os meus futuros textos terão voz plural na primeira pessoa, em vez do respectivo e repetitivo ego. Mas apenas como exercício de estilo, óbvio. Responsabilidade vossa, orgulho meu? Carência de púlpito e júbilo de autor alargado? Ou estarei farto deste ser que me habita e desprendo-me em nome de todos vós? Ser todos os meus leitores; não abnegação, não projecção, não redenção, não elevação, não oração. Simplesmente plural em nome de nada concreto, e não é isso a humanidade? Depois mandem-me calar quando vos aprouver. Voltarei então a tudo o que significa ser eu. Tranquilo e sem nada mais para acrescentar que não seja eu. Irredutível não é?





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