6.1.08

 
Acerca de um libertino que passeou por Braga em todo o seu esplendor

Medito, ocorre-me por um instante a diferença das classes e fossos vários que as separam, do qual o maior não será o económico sendo o mais decisivo como maquilhagem das pessoas (explico: sem um tostão na algibeira, eu era tão pobre como um deles ou mais pobre ainda, mas o que nos separaria para sempre era aquela estranheza feita dos nossos tempos diferentes e de como cada qual os tínhamos gasto, eles ali como plantas, húmus, eu sempre por casas e terras e gentes afinal a mim alheias). Como lhes fazer compreender agora a minha vida, ou contá-la como novela ao serão, quem sou, quem fui, o que fiz, e onde tudo começou e em que capítulo ficámos na última noite e onde tudo irá acabar... Impossível saber e eles saberem-no, sofrer como eles sofreram ou eles sofrerem por mim as minhas dores passadas, gozar eu com as suas alegrias e nada, nada disto nos poderá ser comum.

Este robusto farol teimoso, incidindo na pasmaceira do nevoeiro lusitano, para quem o Mário Soares era amigo de 20 paus e que não hesitou em responder à pergunta idiota do jornalistazeco, sobre o que diria aos jovens escritores portugueses que estão a começar:
-Puta que os pariu!
Com toda a propriedade e legitimidade do então por sua definição “maior filho da puta vivo”.
Assim mesmo, Luiz Pacheco, até sempre…





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