20.2.08
Desejo incoerentemente o fim,
a agonia da impossibilidade,
a silhueta mórbida das estátuas...
A agonia perfuma os gestos inúteis
onde se revela o corpo.
A derrota cumpre-se com um rigor medonho.
Uma luz fatal
jorra pela oblíqua cavidade do vício.
Uma atmosfera lenta corre abundantemente
pelos corredores estreitos da perdição.
A recusa, a perfeição, o além...
Pressentimento glorioso, êxtase roxo.
Amarga hesitação, que vai rompendo
a vagarosidade do destino.
Eduardo Paz Barroso
in "Arco-Iris V"
1978