4.5.08


Já lá vão quarenta anos. Foi em Maio. Foi em Paris. Germinou, eclodiu, propagou-se e murchou. Depois disso o mundo estudantil nunca mais foi o mesmo. Quatro décadas mais tarde encontramos confortavelmente conformados todos os inconformistas da “imaginação ao poder”. Os utópicos renderam-se à realidade dos tachos e o capitalismo, estava bem de se ver, simplesmente evoluiu, pondo ao seu serviço o poder criativo da “utopia”. Todas as gerações seguintes tiveram e terão uma simples herança desta balbúrdia descomunal: o exercício esclarecedor do sentido crítico, que afinal se pode conquistar sem barafunda ou atritos bastando para tal que não se perca de vista a liberdade de todos e a afirmação do indivíduo. A realidade social? Bem, essa é outra história.
“Contrariamente ao que se pretende fazer crer, os estudantes não se recusam a ser ensinados. Exigem simplesmente o direito de discutir o que se lhes ensina, de verificar que isso faz sentido, de terem a certeza de que não perdem o seu tempo. Não imagina o número de idiotices que me ensinaram quando eu era estudante…”
Jean-Paul Sartre