2.12.08
O homem moderno é a pior construção do homem moderno. É um animal preso a debilidades psicológicas, desgostos de amor, manipulações mediáticas, procuras de identidade e adolescências. Foi incapaz de se realizar apenas com as fragilidades cósmicas do frio, do vento, e da chuva, incapaz de se limitar a procriar, alimentar-se e aquecer-se, incapaz de se satisfazer com mitos simples e duradoiros encontrados na mãe natureza; numa palavra: incapaz. Quis refinar o amor, fodeu-se; quis refinar a liberdade, fodeu-se; quis refinar a religião, fodeu-se; quis refinar o bem-estar, fodeu-se; quis refinar a consciência, fodeu-se. O homem moderno agora tem de crescer, tem de amar, tem de realizar-se, tem de respeitar a liberdade dos outros, tem de gerir os seus sonhos e as suas privações, tem então de fazer milhares e milhares de merdas sem saber ao certo o que significam, nem para o que servem. O homem tornou-se numa filigrana mais pesada que uma bigorna. Já não precisamos de precipícios para nos despenharmos.